Considerado como o mal da atualidade – vem caindo com frequência até em questões de vestibulares, assunto de filmes e novelas que trazem o tema e mostram as pessoas a importância para o diagnóstico precoce, pois a degeneração já começa antes dos sintomas. Descubra tudo sobre o Alzheimer aqui.
O que é o Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença que é classificada como transtorno neurodegenerativo que tem por consequência a destruição progressiva e irreversível dos neurônios, causando a diminuição das funções cognitivas. É considerado a forma mais comum de demência. Estudos recentes sugerem que esta relacionado ao acumulo de determinadas proteínas no cérebro que podem ser toxicas aos nossos neurônios, causando a diminuição dos níveis do neurotransmissor aceticolina, responsável pela condução dos impulsos nervosos da memória e aprendizado. Por isso o doente apresentar a confusão mental. Ainda não existe cura para o Alzheimer, no qual apresenta um quadro progressivo da doença até a morte do doente. No Brasil há aproximadamente cerca de 1,5 milhão de pessoas diagnosticados com o mal de Alzheimer, sendo 66% delas mulheres de acordo com a ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer). A doença é geralmente diagnosticada em pessoas com idade superior a 65 anos, embora possa ocorrer mais cedo. A uma estimativa que até 2050 o mal de Alzheimer será diagnostica em 135 milhões de pessoas no mundo.
Principais causas
As causas e progressão da doença ainda não são completamente compreendidas, embora se saiba que estão associadas às placas senis e aos novelos neurofibrilares no cérebro. Exceto em 1-5% dos casos onde têm sido identificadas diferenças genéticas. Existem diversas hipóteses que tentam chegar a uma explicação para a origem da doença:
Genética – a hereditariedade genética da doença de Alzheimer varia entre 49% e 79%. Cerca de 0,1% dos casos são formas familiares de transmissão autossômica dominante, as quais geralmente ocorrem antes dos 65 anos de idade.
Hipótese colinérgica – baseia a maior parte das terapêuticas farmacológicas. Esta hipótese propõe que a doença de Alzheimer seja provocada por uma insuficiência na síntese do neurotransmissor acetilcolina. Esta hipótese não reúne atualmente apoio generalizado, em grande parte porque a medicação para o tratamento da deficiência em acetilcolina não tem demonstrado ser eficaz.
Hipótese amiloide – os depósitos extracelulares de beta amiloides (Aβ) são a causa fundamental da doença de Alzheimer. Este postulado baseia-se na localização do gene da proteína precursora amiloide no cromossoma 21 e no fato da quase totalidade das pessoas com trissomia 21, as quais têm uma cópia adicional de genes, manifestarem Alzheimer antes dos 40 anos de idade.
Hipótese da proteína TAU – propõe que a doença seja desencadeada por anormalidades na proteína tau. Neste modelo, a proteína TAU hiperfosforilada começa por se associar a outras cadeias de tau, formando novelos neurofibrilares no interior das células nervosas. Quando isto ocorre, os microtúbulos desintegram-se, destruindo o sistema de transporte dos neurônios.
Sintomas
Muitas vezes, os primeiros sintomas da doença são perda da memória e distúrbios de comportamento, que são associados ao envelhecimento, mas não quando acontecem com frequência e impacta na rotina diária. Quando se suspeita de Alzheimer, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos e radiológicos para confirmar o diagnóstico. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão mental, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. Antes de se tornar totalmente aparente, a doença de Alzheimer evolui ao longo de um período indeterminado de tempo e pode manter-se assintomática durante anos. Mesmo com uma aparência saudável, os portadores do Mal de Alzheimer precisam de assistência ao longo das 24 horas do dia. O quadro da doença evolui rapidamente, em média, por um período de cinco a dez anos. Os pacientes, em geral, morrem nessa fase.
O Ministério da Saúde instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse programa funciona por meio dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, que são responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação aos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS. O atendimento aos pacientes que sofrem do Mal de Alzheimer acontece não só nos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, mas também nas unidades ambulatoriais de saúde.
A evolução da doença pode ser dividida em quatro fases:
Pré-demência – alguns testes neuropsicológicos podem revelar deficiências cognitivas moderadas até oito anos antes da pessoa cumprir os critérios de diagnóstico de Alzheimer. Estes primeiros sintomas podem afetar algumas das mais complexas atividades do quotidiano. O mais perceptível défice cognitivo na fase inicial é a perda de memória a curto prazo, ou seja, a dificuldade em recordar factos aprendidos recentemente ou em memorizar nova informação.
Estágio inicial – a progressiva degeneração da memória e da capacidade de aprendizagem características da doença permitem, a dado momento, que possa ser realizado um diagnóstico conclusivo de Alzheimer. Embora na generalidade dos casos os problemas de memória sejam o sintoma mais evidente, numa pequena percentagem de pessoas são mais proeminentes as dificuldades de linguagem, funções executivas, percepção ou execução de movimentos.
Estágio intermediário – nesta fase, as alterações comportamentais e neuropsiquiátricas tornam-se mais prevalentes. As manifestações mais comuns são um estado geral de confusão e ausência, irritabilidade e episódios incontroláveis de manifestações emotivas, como choro, agressão involuntária ou resistência à prestação de cuidados de saúde. Cerca de 30% das pessoas com Alzheimer desenvolvem sintomas de delírio.
Estágio avançado – durante a última fase da doença, a pessoa está completamente dependente dos cuidadores. A linguagem é reduzida a frases simples ou até a palavras isoladas, levando eventualmente à perda completa da capacidade de se exprimir verbalmente. Apesar da perda da linguagem verbal, muitas vezes as pessoas continuam a compreender e responder a sinais emocionais. Embora a agressividade ainda possa estar presente, a apatia extrema e o cansaço são sintomas muito mais comuns.
Diagnóstico de Alzheimer
Não há alterações orgânicas que indiquem a presença da doença, não senso assim detectada através de exames clínicos. O diagnóstico geralmente é baseado na observação comportamental e no histórico clínico da pessoa e respetivos familiares. O diagnóstico é apoiado pela presença de características neurológicas e neuropsicológicas e pela exclusão de outras hipóteses. Existem ainda avaliações psicológicas que são comparadas a da população normal que ajudam nos diagnósticos. Pode ser confirmado com elevado grau de precisão através de um exame histológico ao tecido cerebral após a morte.
Existem critérios que definem a demência como o desenvolvimento de múltiplos défices cognitivos que incluem obrigatoriamente o compromisso da memória a curto prazo e pelo menos outra perturbação cognitiva, como perturbações na linguagem, incapacidade de executar determinados movimentos, incapacidade de reconhecer objetos ou pessoas ou perturbação na capacidade executiva. Os critérios determinam ainda que estes défices devem ser suficientemente graves para terem repercussão a nível funcional e que devem representar um declínio em relação a um estado anterior.
São os exames neuropsicológicos ferramentas amplamente utilizadas, como o exame breve do estado mental. No entanto, para obter resultados mais precisos é necessário um conjunto de exames, especialmente durante os estágios iniciais da doença. Os exames neurológicos são também fundamentais no diagnóstico diferencial de Alzheimer em relação a outras doenças.
Tratamentos
Existem muitos estudos e pesquisas em andamento, sendo uma desenvolvida pela Universidade de Stanford que trabalha com uma droga capaz de manter em funcionamento as células do cérebro responsáveis pela remoção das substâncias tóxicas. Entretanto os medicamentos que foram aprovados apenas retardam o desenvolvimento da doença. Conforme a evolução da doença pode ser necessário a indicação de remédios para agressividade e falta de apetite. A terapia ocupacional, fisioterapia e orientação nutricional ajudam a melhorar a qualidade de vida do doente.
Os tratamentos atuais destinam-se apenas aos sintomas de Alzheimer, não existindo tratamentos para parar ou regredir a progressão da doença. Até 2012, tinham sido realizados mais de mil ensaios clínicos a vários componentes da doença. Como forma de atrasar o desenvolvimento de sintomas cognitivos em idosos saudáveis, tem sido sugerida a realização de exercício físico e mental e uma dieta equilibrada, embora não existam evidências conclusivas em relação a eventuais benefícios.
Uma vez que a doença de Alzheimer não tem cura e é degenerativa, a pessoa afetada torna-se gradualmente dependente da assistência de outros. Em muitos casos, é o cônjuge ou um familiar próximo quem assume o papel de principal cuidador. A doença tem um impacto significativo para os cuidadores, a nível social, psicológico, físico e econômico. Em países desenvolvidos, Alzheimer é uma das doenças com maiores custos sociais.
Prevenção
Atualmente não existem evidências conclusivas que permitam apoiar qualquer medida em concreto para a prevenção de Alzheimer. Os estudos globais de medidas para prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença produzem na maior parte das vezes resultados inconsistentes. Os estudos epidemiológicos têm proposto a existência de relações entre a probabilidade de desenvolver Alzheimer e determinados factores modificadores, como o tipo de dieta, o risco cardiovascular, produtos farmacêuticos ou atividades intelectuais, entre outros. No entanto, só uma investigação mais aprofundada, incluindo ensaios clínicos, é que pode confirmar se estes fatores podem ajudar a prevenir a doença. Entre as atividades recomendadas para estimular a memória, estão: leitura constante, exercícios de aritmética, jogos inteligentes e participação em atividades de grupo.
por Redação